O mercado de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) vive um momento positivo em termos de emissões, com R$ 62,7 bilhões captados ao longo de 2024. No entanto, é natural que, ao longo do tempo, algumas operações enfrentem desafios, que podem impactar o fluxo de pagamentos e resultando em atrasos.
Para compreender a atual saúde do mercado de securitização imobiliária via CRI, foi realizada uma análise dos informes mensais de dezembro de 2024, considerando as operações que apresentam todos os créditos vencidos e não pagos, ou seja, 100% de atraso normalizado.
Com base nesses dados, dezembro de 2024 registrou 36 operações cuja carteira de recebíveis estava inadimplente, totalizando um montante de R$ 2,09 bilhões.
Securitizadoras com maior montante em atraso
No mês de dezembro de 2024, sete securitizadoras reportaram, nos informes mensais das respectivas operações emitidas, 36 CRIs com 100% de créditos-lastro em atraso. Entre elas, a True lidera, com seis operações impactadas, que, juntas, somam R$ 659,25 milhões em créditos inadimplentes.
Em seguida, a Virgo II (antiga Cibrasec) ocupa a segunda posição, com nove operações e um total de R$ 625 milhões vencidos.
Já a Habitasec aparece na terceira colocação, registrando seis CRIs inadimplentes, que totalizam R$ 423,49 milhões em créditos vencidos.
Maiores operações com créditos vencidos
Entre as operações que apresentam o maior volume de créditos vencidos em 2024, algumas se destacam não apenas pelo montante significativo de inadimplência, mas também pelo longo período de atraso, que ultrapassa dois anos.
A operação Rondonópolis II, emitida pela True, lidera o ranking com um total de R$ 491,2 milhões em créditos vencidos. O primeiro registro de inadimplência ocorreu no informe de dezembro de 2023, quando os valores devidos pela Rondonópolis II Empreendimentos Imobiliários somavam R$ 327,9 milhões. Desde então, o montante inadimplente aumentou consideravelmente, refletindo dificuldades na recuperação dos pagamentos.
Em segundo lugar, a operação Pátria Investimentos, emitida pela Virgo II, acumula um saldo vencido de R$ 485,4 milhões. A emissão, lastreada em escrituras de compra e venda cedidas pelo Fundo de Investimento Opportunity, apresentou seu primeiro registro de inadimplência em dezembro de 2022.
Já a operação Reserva Real, emitida pela Habitasec, ocupa a terceira posição, com R$ 127,6 milhões em créditos inadimplentes. Lastreada em debêntures emitidas pela Reserva Real Empreendimentos Imobiliários, a operação está há mais de dois anos inadimplente, tendo registrado seu primeiro atraso em julho de 2022.
Fonte: https://uqbar.com.br/artigo/mercado-de-cri-soma-r-600-milhoes-em-creditos-vencidos/6301

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