Nota para a imprensa – 09/04/2025
1. Crédito ampliado ao setor não financeiro
Em fevereiro, o saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro atingiu R$18,8 trilhões (158,1% do PIB), com aumento de 1,7% no mês, refletindo, principalmente, o acréscimo de 3,6% nos títulos públicos de dívida. Em doze meses, o crédito ampliado cresceu 14,9%, com avanços de 16,9% nos títulos de dívida e de 11,4% nos empréstimos.
O crédito ampliado às empresas somou R$6,6 trilhões em fevereiro (56,1% do PIB), acréscimo de 1,9% no mês, ressaltando-se os avanços de 3,8% nos empréstimos do SFN e de 1,5% nos empréstimos externos. Em relação a fevereiro de 2024, o crescimento de 19,2% da carteira decorreu, principalmente, das elevações de 27,5% em títulos de dívida e de 18,6% nos empréstimos externos.
O crédito ampliado às famílias situou-se em R$4,3 trilhões (36,5% do PIB), com expansões de 0,4% no mês – reflexo do aumento de 1,8% nos empréstimos com outras sociedades financeiras – e de 12,5% em doze meses, refletindo, basicamente, o desempenho de 12,5% dos empréstimos do SFN.
2. Operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN)
O estoque de crédito do SFN somou R$6,5 trilhões em fevereiro, assinalando expansão mensal de 0,4%. Esse resultado decorreu dos incrementos de 0,5% no estoque de crédito às empresas e de 0,4% no destinado às familias, cujos montantes situaram-se em R$2,5 trilhões e R$4,0 trilhões, respectivamente. O ritmo de expansão em doze meses aumentou de 11,7%, em janeiro, para 11,8%, em fevereiro. Por segmento, observadas as mesmas bases de comparação, os estoques de crédito apresentaram comportamentos distintos, com aceleração de 10,1% para 10,7% nas operações com pessoas jurídicas e desaceleração de 12,7% para 12,5% no crédito às pessoas físicas.
O estoque de crédito com recursos livres em fevereiro, somou R$3,7 trilhões, assinalando estabilidade no mês e expansão de 11,3% em doze meses. O crédito livre para pessoas jurídicas aumentou 0,1% no mês e 9,8% em doze meses, situando-se em R$1,5 trilhão. Esse resultado decorreu dos incrementos no capital de giro com prazo inferior a 365 dias dias (+7,9%) e na antecipação de faturas de cartão (+1,8%), atenuados pela redução nos financiamentos para aquisição de veículos (-0,7%).
O crédito livre às pessoas físicas atingiu R$2,2 trilhões em fevereiro, com estabilidade no mês e crescimento de 12,4% em doze meses. Esse resultado decorreu, principalmente, das diminuições das carteiras de cartão de crédito à vista (-2,2%) e crédito pessoal não consignado vinculado à composição de dívidas (-2,5%), contrabalanceado pelos incrementos em crédito pessoal não consignado (+1,4%), crédito consignado para beneficiários do INSS (+1,4%) e cartão de crédito rotativo (+2,6%).
O estoque de crédito com recursos direcionados somou R$2,7 trilhões em fevereiro, acréscimos de 0,9% no mês e 12,5% em doze meses. O crédito direcionado às empresas cresceu 1,1% no mês e 12,2% em doze meses, totalizando R$909,9 bilhões, enquanto o crédito direcionado às famílias somou R$1,8 trilhão, com avanços de 0,9% e de 12,6%, na mesma ordem.
As novas contratações nominais de crédito do SFN atingiram R$575,5 bilhões em fevereiro. Nas séries sazonalmente ajustadas, as concessões aumentaram 1,7% no mês, com avanço de 2,6% nas operações pactuadas com pessoas jurídicas e recuo de 0,5% nas contratadas por pessoas físicas. Nos doze meses acumulados até fevereiro, as concessões nominais cresceram 14,8%, com incrementos de 18,4% nas operações com empresas e de 12,1% nas pactuadas com famílias. As concessões médias diárias em fevereiro expandiram-se em 8,7% comparativamente ao mês anterior, ressaltando-se a ocorrência de dois dias útil a menos em fevereiro, comparativamente a janeiro.
A taxa média de juros das concessões aumentou 0,7 p.p. no mês e 2,6 p.p. em doze meses, situando-se em 30,5% a.a. Nas operações contratadas com empresas, a taxa média de juros atingiu 21,0% a.a., com redução mensal de 0,4 p.p. e aumento de 2,1 p.p. em doze meses. Nas operações contratadas com famílias, as taxas médias de juros avançaram 1,2 p.p. no mês e 2,7 p.p. comparativamente a fevereiro do ano anterior, alcançando 35,0% a.a.
O spread bancário, que mede a diferença entre as taxas médias de juros das operações de crédito e o custo de captação, atingiu 19,4 p.p., com incrementos de 1,1 p.p. no mês e 0,1 p.p. em doze meses.
No crédito com recursos livres, a taxa média de juros alcançou 43,7% a.a., com acréscimos de 1,5 p.p. no mês e 3,4 p.p. em doze meses. No crédito livre às empresas, a taxa média de juros recuou 0,2 p.p. no mês e aumentou 2,3 p.p. em doze meses, situando-se em 23,9% a.a. Foram determinantes os recuos nas taxas médias de cartão de crédito rotativo (-39,2 p.p.) e de capital de giro com prazo até 365 dias (-5,4 p.p.).
No crédito livre às famílias, a taxa média de juros atingiu 56,3% a.a., com incrementos de 2,4 p.p. no mês e de 3,6 p.p. em doze meses. Esse resultado foi determinado, basicamente, pela elevação das taxas de juros das operações de cartão de crédito rotativo (+9,6 p.p.) e de crédito pessoal não consignado (+6,1%).
No mês, tanto o efeito da variação das taxas de juros (efeito taxa), quanto o efeito da alteração na composição dos saldos, foram determinantes para a elevação das taxas médias de juros do crédito livre, conforme a tabela a seguir.

O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de toda a carteira de crédito do SFN, situou-se em 22,4% a.a. em fevereiro, avançando 0,3 p.p. no mês e 0,5 p.p. em 12 meses.
O percentual de inadimplência do crédito total do SFN, considerados os atrasos superiores a 90 dias, alcançou 3,3% da carteira em fevereiro, com aumento de 0,1 p.p. no mês e estabilidade em doze meses.
Nas operações de crédito livre, o percentual de inadimplência alcançou 4,5% da carteira, com alta mensal de 0,1 p.p. e recuo de igual intensidade em doze meses. No crédito livre às pessoas jurídicas, a inadimplência alcançou 2,9% da carteira, com aumento de 0,1 p.p. no mês e redução de 0,4 p.p. em doze meses. A inadimplência do crédito livre às pessoas físicas assinalou estabilidade mensal e alta de 0,1 p.p. em doze meses.
O endividamento das famílias situou-se em 48,7% em janeiro (maior nível desde junho de 2023), com elevações de 0,3 p.p. em relação ao mês anterior e de 0,9 p.p. em doze meses. O comprometimento de renda aumentou 0,3 p.p. no mês e 1,5 p.p. em doze meses, alcançando 27,3%, maior nível desde julho de 2023.
3. Agregados monetários
A base monetária totalizou R$440,9 bilhões no mês de fevereiro, com expansões de 0,2% no mês e de 6,3% em doze meses. No mesmo período, o volume de papel-moeda em circulação encolheu 0,3% e as reservas bancárias subiram 2,3%.
Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, impactaram de forma expansionista as operações do setor externo (R$6,8 bilhões), as operações com títulos públicos federais (R$4,8 bilhões, resultado de colocações líquidas de R$141,3 bilhões no mercado primário e compras líquidas de R$146,1 bilhões no mercado secundário) e os depósitos de instituições financeiras (R$32,5 bilhões, influenciados principalmente pela liberação de recursos de caderneta de poupança, +R$3,3 bilhões; de depósitos a prazo, +R$10,6 bilhões; e de depósitos voluntários a prazo, +R$17,5 bilhões). Com impacto contracionista, contribuíram as operações do Tesouro Nacional (R$15,2 bilhões) e as operações com derivativos (R$7 bilhões).
Os meios de pagamento restritos (M1) somaram R$627,8 bilhões, crescimento de 0,4%, resultado do incremento de 2,3% nos depósitos à vista e do recuo de 1,5% no papel-moeda em poder do público. Considerando-se dados dessazonalizados, o M1 retrocedeu 0,4% no período.
Os agregados monetários no conceito M2 aumentaram 0,9% no mês, com saldo total de R$6,6 trilhões, refletindo o crescimento do M1 e do saldo dos títulos privados emitidos por instituições financeiras (+1,2%), que totalizou R$5,0 trilhões em fevereiro. No período, o saldo dos depósitos a prazo cresceu 0,6%, enquanto os saldos das letras financeiras e das letras de crédito cresceram, respectivamente, 3,1% e 2,5%. O saldo dos depósitos de poupança recuou 0,2% (R$1,0 trilhão). O M3 avançou 0,7% em fevereiro, totalizando R$12,1 trilhões, resultado do crescimento do M2 e do saldo das quotas de fundos monetários, que totalizou R$5,3 trilhões (+0,3%). As operações compromissadas com títulos públicos federais avançaram 1,4%, enquanto as operações com títulos privados aumentaram 3,7%. O M4 cresceu 1,4% no mês, totalizando R$13,6 trilhões. Em 12 meses, expansão de 12,2%.
4. Limitação do montante de juros e encargos financeiros em cartões de crédito
A Lei nº 14.690, de 3 de outubro de 2023, determinou que, no crédito rotativo e no parcelamento do saldo devedor das faturas de cartões de crédito e de outros instrumentos de pagamento pós-pagos, o montante total cobrado a título de juros e encargos financeiros não poderá exceder o valor original da dívida.
Visando contribuir para o acompanhamento dos efeitos dessa legislação, o Banco Central passou a divulgar em página específica os percentuais acumulados dos montantes de juros e encargos nas operações de cartão rotativo e parcelado a partir da entrada em vigor da lei. Esses dados mostram a distribuição de frequência da proporção dos montantes de juros e encargos financeiros cobrados pelas instituições financeiras em relação ao valor original da dívida e estão disponíveis no endereço www.bcb.gov.br/estatisticas/juros-cartao-de-credito ou pelo caminho Estatísticas > Taxas de Juros > Juros acumulados no cartão de crédito.

Fonte: https://www.bcb.gov.br/estatisticas/estatisticasmonetariascredito

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