As debêntures são papéis de renda fixa emitidos pelas companhias, para se financiarem. As incentivadas remuneram uma taxa, mais a inflação medida pelo IPCA
A bolsa brasileira, a B3, criou um indicador do mercado de debêntures incentivadas, que oferecem uma taxa, mais a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). As debêntures são papéis de renda fixa emitidos pelas companhias, para se financiarem, e as incentivadas são isentas de Imposto de Renda, porque financiam a infraestrutura no país.
A ideia é que o índice sirva de referência para medir o desempenho médio dos preços desses títulos. Somente as debêntures aceitas pela bolsa como garantia de operações, ou seja, de qualidade melhor do que a maioria, são aceitas na carteira do indicador. Por isso, o nome é Índice de Debêntures Ultra Qualidade IPCA B3 (IDEB Ultra IPCA B3).
A carteira é composta inicialmente por 20 papéis, emitidos por 12 companhias: Enel, Vale, Klabin, Energisa, ISA Energia Brasil, Suzano, Petrobras, Raízen, Engie, CPFL Energia, Jalles Machado e Algar Telecom. Os papéis são ponderados pelo valor de mercado.
O indicador não inclui debêntures de companhias que, por exemplo, fazem parte do mesmo grupo econômico da B3 ou estão em recuperação judicial ou extrajudicial na data do rebalanceamento mensal do índice. Ainda, as empresas precisam cumprir a agenda de eventos financeiros.
Além disso, os papéis precisam ter um vencimento superior a um mês na data de rebalanceamento, para o título não vencer enquanto a carteira está vigente. O prazo médio da carteira é acima de 720 dias.
Este é o segundo indicador de debêntures criado pela bolsa em menos de um mês. Em fevereiro, a B3 divulgou um índice de debêntures não incentivadas, que pagam uma taxa, mais o CDI (que anda colado na Selic).
“Queremos viabilizar o desenvolvimento de índices novos de renda fixa que poderão ser utilizados na criação de novos produtos para os investidores”, afirma Ricardo Cavalheiro, superintendente de índices da B3. A bolsa está discutindo o lançamento de um ETF (fundo negociado em bolsa) que acompanhe esse indicador.
A B3 deseja ser a principal provedora de índices do Brasil e oferecer produtos que repliquem esses indicadores para os brasileiros. Apenas em 2024, a bolsa lançou sete novos índices, seis deles derivados do Ibovespa, o indicador de referência da bolsa brasileira. Agora em 2025, a ideia é que mais índices de renda fixa sejam criados em meio aos altos juros, que tornam esses produtos mais atrativos.
O ano de 2024 fechou com recorde na emissão de papéis de renda fixa, conforme a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). As companhias captaram R$ 783,4 bilhões, o maior patamar da série histórica, que iniciou em 2012.
Foram emitidos R$ 337,5 bilhões em debêntures tradicionais e R$ 135 bilhões nas incentivadas. Contudo, os altos juros tornam a vida financeira das empresas mais difícil neste ano.

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