Entre as grandes instituições que já divulgaram balanço, as projeções de crescimento da carteira são ainda menores, perto de 6,5%
Os bancos revisaram sua projeção para o crescimento do crédito neste ano de 9% para 8,5%, segundo revela a Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban. Entre as grandes instituições que já divulgaram balanço, as projeções de crescimento da carteira são ainda menores, perto de 6,5%.
Segundo a pesquisa da Febraban, a carteira de recursos livres deve ter expansão de 8,1% neste ano (de 8,3% na pesquisa anterior) e a carteira direcionada, de 9% (de 9,7%). Na divisão por tipo de tomador, o crédito para empresas deve crescer 7,1% (de 7,8%), enquanto para famílias deve avançar 8,6% (de 9,1%).
A revisão para baixo das expectativas do setor foi generalizada, espelhando as perspectivas para o cenário econômico ao longo do ano. “Essa revisão já era esperada e já vinha se desenhando desde o último trimestre de 2024. O resultado reflete a piora do cenário econômico, com expectativa de uma inflação maior, e consequentemente, juros mais altos também ao longo do ano”, afirma em nota Rubens Sardenberg, diretor de economia, regulação prudencial e riscos da Febraban.
A pesquisa também coletou as primeiras projeções para a expansão do crédito em 2026. A média das projeções indica que o movimento de desaceleração do crédito deve continuar, com expansão esperada de 7,7% no ano que vem.
Enquanto isso, houve ligeira melhora na projeção para a taxa de inadimplência da carteira livre neste ano, que passou de 4,7% para 4,6%, ainda que acima do observado no fim de 2024 (4,1%). Esse resultado pode ser explicado pela maior cautela na concessão de crédito, que poderá reduzir a expansão da inadimplência ao longo do ano.
Macroeconomia
A pesquisa mostra que a grande maioria dos entrevistados (76,2%) espera que a taxa Selic suba além de 14,25% ao ano em 2025 e que o ciclo de cortes não comece neste ano. Como comparação, na pesquisa de dezembro passado, apenas 47,4% haviam escolhido essa opção, ilustrando visão menos positiva do cenário desde então.
Nesse contexto, a expectativa para os juros voltou a se elevar ante a pesquisa anterior. Agora, a mediana das projeções para a Selic é de 15,25% ao ano em junho de 2025, permanecendo neste patamar ao menos até setembro.
Por outro lado, a projeção para o câmbio no fim do ano melhorou, caindo a R$ 5,95, de R$ 6,00 antes. Quanto à inflação, pouco menos da metade (47,6%) entende que deve ficar próxima a 5,5% (atual consenso do mercado). Entretanto, um terço dos analistas consultados já espera uma inflação próxima (ou acima) de 6% neste ano.
Com relação à atividade, pouco mais da metade (52,4%) dos participantes segue projetando alta do PIB em torno de 2,0% em 2025, próximo ao captado na pesquisa anterior (50% dos entrevistados).
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