Em 2024, a originação de recursos no marketplace chegou a R$ 2,4 bilhões

O Bradesco prevê dobrar neste ano a originação de recursos no E-agro, plataforma digital de produtos e de serviços financeiros para o agricultor que o banco lançou em 2023. Isso representaria algo próximo de R$ 5 bilhões. Em 2024, a originação de recursos no marketplace chegou a R$ 2,4 bilhões, montante 200% maior do que o do primeiro ano de operação da plataforma.
Desse total, 70% foram empréstimos e 30% em recursos atrelados a alguma compra. “Existe uma demanda reprimida no digital, que oferece uma jornada de compra ou empréstimo muito mais fácil e com precificação melhor”, disse ao Valor Nadege Saad, executiva que lidera o E-agro. O banco fechou o ano passado com uma carteira expandida em agro de R$ 130 bilhões.
Em 2024, o desembolso nas concessões de crédito na plataforma foi, em média, de R$ 520 mil, enquanto o gasto médio nas compras foi de R$ 670 mil. “Como somos o único portal a oferecer compra de máquinas com pagamento de CPR [Cédula de Produto Rural, título que permitem ao produtor obter recursos antecipados com base na produção futura], comercializamos mais os equipamentos que insumos. Dentre as máquinas, tratores são as maiores vendas, mas já tivemos negócios com colheitadeiras de R$ 6 milhões” afirmou Nadege.
Os juros no E-agro estão na faixa que vai de pouco mais de 15% a até 19%. O principal origem do dinheiro para os empréstimos são captações via Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e alguns recursos de tesouraria. “Oferecemos taxas menores por termos custos também menores”, disse ela. É por isso, avalia, que a plataforma tem conseguido ganhar espaço entre os pequenos e médios produtores.
As CPRs representaram 90% da originação de recursos na plataforma no ano passado, tendo crescido 400% em relação a 2023. Já o Plano Safra (custeio agrícola e pecuário com recursos controlados e livres) respondeu pelos demais 10%.
Para crescer em 2025, o E-agro quer criar mais dinâmicas de varejo, com programas de pontos, possibilidade de realização de barter (troca de insumos pela produção futura) e promoções, por exemplo. O banco também pretende lançar um cartão de crédito que, em vez de vencimentos mensais, seguirá o calendário safra.
Além disso, no segundo semestre, a plataforma vai começar a oferecer produtos para pessoas jurídicas. “No Cerrado, temos clientes de maior porte e holdings, que poderão usar nossa plataforma. Entretanto, é difícil a criação de produtos para pessoas jurídicas porque os processos de análise são mais burocráticos”, disse Nadege. O E-agro tem 53,5 mil produtores pessoas físicas em sua base de cadastros.
A estratégia de expansão passa ainda por atrair novos parceiros para o portal. Atualmente, são 70 parcerias, e a meta é chegar a 100.
Entre esses parceiros, Nadege destaca o trabalho que desenvolve com revendas e cooperativas. Muitas vezes, afirma a executiva, esses parceiros dividem os riscos dos produtores com o Bradesco, o que permite à plataforma conseguir oferecer produtos e serviços com taxas mais atrativas. “O negócio dessas empresas não é conceder crédito, o que fazemos bem. Ao mesmo tempo, eles têm informações sobre clientes que nós não temos. É uma ótima parceria”, disse.
Coopercitrus, Cotrijal, Copasul e revendas como Fiagril, Royal Agro, Fiber, Anexa, Ceres e Belagrícola são alguns dos parceiros. A lista de concessionárias tem nomes como Fourmaq, Agrolíder e Shark Tratores. O E-agro tem ainda consultores agronômicos que trabalham mais perto dos produtores na estruturação de projetos de acesso a recursos do banco.

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