Mesmo em meio a uma taxa de juros elevada, o BC não tem visto diminuir o apetite por crédito de empresas e famílias. É o que traz a nota de imprensa divulgada pelo Banco Central no último dia 27 sobre estatísticas monetárias e de crédito.
O saldo das operações de crédito cresceu 10,9% em 2024, acima da previsão inicial do próprio BC. A concessão de novos empréstimos também avançou expressivamente, com alta de 15,4% no ano, impulsionada tanto por famílias quanto por empresas.
Mesmo com a taxa de juros ainda elevada, a busca por crédito não desacelerou. Entre os fatores que explicam esse movimento estão a melhora gradual da renda, a redução da inadimplência e a necessidade de capital para investimentos e consumo. Para empresas, o crédito tem sido um instrumento importante para gestão de caixa e expansão dos negócios.
No entanto, esse cenário fez piscar a luz de alerta do Banco Central. O crescimento rápido do crédito pode pressionar a inflação, dificultando o controle da política monetária. Ontem, o Copom decidiu aumentar a taxa Selic de 12,25% para 13,25% com objetivo também de conter essa demanda aquecida e evitar maiores pressões na inflação do país.
Para o mercado, a questão é como essa alta da Selic vai impactar o crédito. Um custo de financiamento maior pode desestimular novos empréstimos e conter a expansão da economia, mas também pode estabilizar os preços e trazer maior previsibilidade para as decisões empresariais.
O que esperar daqui para frente? O comportamento do crédito nos próximos meses será decisivo para entender os rumos da política monetária. Por enquanto, o mercado segue atento ao próximo comunicado do Copom e aos sinais do BC sobre a nossa economia para 2025.