No atual cenário de investimentos, muitos ativos de renda variável têm apresentado um desempenho abaixo do esperado, pressionados por incertezas econômicas e pelo ajuste nas expectativas de retorno. Para os investidores que buscam alternativas mais estáveis, a renda fixa volta a ganhar destaque, especialmente com instrumentos que oferecem maior segurança e previsibilidade. Nesse contexto, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) surgem como uma solução atrativa, aliando rentabilidade elevada, diversificação e exposição a créditos empresariais.
Segundo um estudo da Multiplike, comparando a janeiro de 2024, a perspectiva otimista do crescimento de 37,81% para os FIDCs em 2025 reflete o avanço expressivo dessa modalidade no Brasil, impulsionado por um ambiente regulatório cada vez mais favorável, que amplia o acesso a essas estruturas para diversos perfis de investidores. Com mais de de R$ 550 bilhões sob gestão, o mercado de FIDCs deve atingir a marca de R$ 2,1 trilhões até 2029, evidenciando seu papel transformador tanto no financiamento empresarial quanto na diversificação de carteiras de investimento.
Volnei Eyng, economista e CEO da Multiplike, explica que, ao investir em FIDCs, o investidor adquire cotas de um fundo que aplica seus recursos em direitos creditórios, como cheques, duplicatas, aluguéis e recebíveis de cartão de crédito. “Isso permite que as empresas antecipem seus recebimentos para financiar suas operações, enquanto os investidores recebem juros sobre os valores aplicados, gerando lucro”, afirma Eyng.
Além disso, os FIDCs oferecem rentabilidade superior a outros produtos de renda fixa, como CDBs e títulos públicos, e sua remuneração pode ser atrelada ao CDI, IPCA ou outros índices de mercado. Embora sejam regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e ofereçam um ambiente seguro e transparente, investir nesses fundos requer atenção e conhecimento.
Antes de aplicar, é crucial entender os seus riscos e características. Esses fundos podem ser complexos, exigindo que o investidor conheça bem os regulamentos e prospectos. Também é importante avaliar se o investimento é compatível com seu perfil de investidor, já que, geralmente, são acessíveis apenas para investidores qualificados ou profissionais devido aos riscos envolvidos, como a inadimplência dos créditos adquiridos.
Outro ponto importante a considerar é que existem diferentes tipos de FIDCs, com estratégias que variam entre setores como agronegócio, imobiliário ou comércio. Para isso, é importante analisar a performance histórica, os objetivos do fundo e os ativos que compõem sua carteira. Além disso, atente-se ao valor do aporte inicial, verificando se está dentro das suas possibilidades financeiras, e considere a tributação dos rendimentos, que seguem a regra padrão de renda fixa com alíquotas regressivas de imposto de renda.
É essencial que o investidor acompanhe a performance do fundo por meio dos relatórios periódicos disponibilizados pelos gestores. Esses documentos trazem informações detalhadas sobre o desempenho, a composição da carteira e outros dados relevantes.
Eyng ressalta a importância de um planejamento criterioso antes de investir. “Esses fundos representam uma excelente oportunidade, mas exigem conhecimento e atenção por parte do investidor”, afirma o economista. Quando utilizados com as estratégias adequadas, podem se tornar um aliado em uma carteira diversificada, oferecendo segurança, rentabilidade e exposição a diferentes tipos de crédito. Diversificar é fundamental para uma gestão eficiente de investimentos, pois ajuda a mitigar riscos e a equilibrar o portfólio”, conclui o CEO da Multiplike.
Fonte: https://bmcnews.com.br/2024/12/26/investimento-de-renda-fixa-oportunidade-de-crescimento-de-3781-em-2025/